Proteína de mielina interrompida implicada na esquizofrenia
Proteína hnRNP A1: Um Papel Fundamental na Produção e Manutenção da Mielina
Resumo
Um estudo recente identificou a proteína hnRNP A1 como um ator fundamental na produção e manutenção da mielina, a substância gordurosa que isola as fibras nervosas no cérebro. A perda de mielina é comum em desordens como esclerose múltipla e esquizofrenia, e esta pesquisa mostrou que perturbações na hnRNP A1 podem comprometer a mielinação em nível molecular, mesmo antes do aparecimento de sintomas comportamentais.
Principais Fatos
- Fonte: FAPESP
- Pesquisa publicada na revista Journal of Neurochemistry detalhou o papel da proteína hnRNP A1 na formação e estabilidade da mielina.
- A mielina é produzida por oligodendrócitos no sistema nervoso central e atua como isolante, protegendo os axônios e aumentando a velocidade de condução dos impulsos nervosos.
- Pacientes com esclerose múltipla e esquizofrenia perdem mielina, causando danos à função cerebral.
- Estudo em roedores induziu e reverteu a desmielinização para acompanhar os efeitos na memória, função motora e comportamento social.
- A hnRNP A1 regula o processamento do RNA mensageiro, determinando quais proteínas são produzidas e em que quantidades.
- Alterações na hnRNP A1 podem afetar a transmissão sináptica e processos cognitivos, abrindo novas possibilidades terapêuticas.
Artigo
Uma nova pesquisa aponta a proteína hnRNP A1 como essencial na produção e manutenção da mielina, substância fundamental para o funcionamento do sistema nervoso. A mielina, produzida por oligodendrócitos, forma uma bainha protetora ao redor dos axônios, garantindo a velocidade e eficiência na transmissão de sinais nervosos.
Estudos prévios já indicavam que a perda de mielina está associada a doenças como a esclerose múltipla e a esquizofrenia. Agora, cientistas descobriram que a proteína hnRNP A1 desempenha um papel crítico na manutenção dessa bainha protetora. Utilizando um modelo animal, os pesquisadores induziram e revertiram a desmielinização para analisar os efeitos na memória, função motora e comportamento social.
Os resultados indicam que a hnRNP A1 regula a produção de proteínas essenciais para a mielinação. Quando a atividade dessa proteína foi perturbada, os níveis de proteínas associadas à mielina reduziram significativamente, comprometendo o processo de mielinação.
Apesar de não terem sido observadas alterações comportamentais nos animais, as mudanças moleculares sugerem uma ligação potencial com processos de memória, função sináptica e transmissão neural. Essas descobertas oferecem novas perspectivas para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas em doenças neuropsiquiátricas e neurodegenerativas.
Conclusão
Os resultados do estudo destacam a importância da proteína hnRNP A1 na manutenção da mielina e sugerem que alterações nessa proteína podem estar associadas ao desenvolvimento de doenças como a esquizofrenia e a esclerose múltipla. Essas descobertas abriram caminho para novas pesquisas e potenciais tratamentos.
Para mais informações, acesse a publicação completa no Journal of Neurochemistry.
Financiamento: Além das bolsas, a pesquisa foi apoiada pela FAPESP através de outros seis projetos (17/25588-1, 19/05155-9, 18/01410-1, 23/08885-3, 18/01669-5 e 23/11514-7).
Autora: Heloisa Reinert
Fonte: FAPESP
Imagem: Créditos para Neuroscience News
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