Por que o álcool atinge mais as mulheres
Uso de Álcool entre Mulheres: Um Problema em Ascensão
Resumo
O consumo de álcool entre mulheres alcançou taxas semelhantes às dos homens, mas elas enfrentam riscos significativamente maior para a saúde mesmo em níveis mais baixos de consumo. Pesquisas recentes estão desvendando diferenças neurobiológicas entre os sexos que influenciam os motivos e o modo como as mulheres bebem, com o estresse sendo um motivador mais proeminente para elas. Cientistas estão investigando circuitos cerebrais, respostas neuroimunes e influências hormonais para entender melhor essas diferenças e desenvolver tratamentos mais personalizados e eficazes.
Principais Fatos
- O uso de álcool entre mulheres nos Estados Unidos alcançou taxas equivalentes às dos homens.
- As mulheres enfrentam maior risco de danos à saúde, incluindo danos cerebrais, déficits cognitivos, vários tipos de câncer, problemas cardiovasculares e disfunções do fígado e do sistema imunológico.
- O Programa de Diferenças de Gênero no Transtorno por Uso de Álcool de Yale está explorando os motores neurobiológicos do comportamento de beber e do transtorno por uso de álcool em mulheres.
- Os tratamentos existentes para transtorno por uso de álcool foram主要mente projetados e testados em homens, destacando a necessidade de terapias mais personalizadas.
- A pandemia de COVID-19 agravou o aumento do consumo de álcool entre as mulheres, com um estudo mostrando um aumento de 41% nos dias de consumo excessivo de álcool.
- As mulheres metabolizam álcool de forma diferente dos homens, tendo menos água corporal e menor atividade da enzima álcool desidrogenase, o que resulta em maior concentração de álcool no sangue.
- As mulheres são menos propensas a buscar tratamento para transtorno por uso de álcool devido ao estigma social e à falta de consideração das diferenças de gênero na diagnose e tratamento.
A Pesquisa em Andamento
Cientistas do Programa de Diferenças de Gênero no Transtorno por Uso de Álcool de Yale estão investigando as diferenças subjacentes nos mecanismos do vício em álcool entre mulheres e homens. Uma das missões do programa é criar terapias mais eficazes e personalizadas para mulheres.
Estudos de imagem cerebral revelaram que as mulheres têm maior reatividade da amígdala, tornando-as mais suscetíveis a ansiedade e outros distúrbios de humor. Isso pode explicar por que as mulheres bebem mais para lidar com emoções negativas e estresse do que para experimentar prazer ou socialização.
Pesquisas também estão focando nos sistemas neuroimunes, descobrindo que as mulheres com transtorno por uso de álcool têm maior déficit de micróglia, células imunes do cérebro, o que pode estar relacionado a inflamações crônicas e danos ao fígado.
Consequências e Prevenção
O aumento do uso de álcool entre mulheres é particularmente preocupante, pois elas enfrentam riscos mais graves à saúde mesmo consumindo menos álcool do que os homens. Mulheres que consomem apenas 1,8 doses por dia já correm risco significativamente maior de morte prematura, comparadas aos homens, que precisam consumir ao menos 3,2 doses diárias para estar em risco.
Os sistemas de saúde estão registrando um aumento nas visitas a pronto-socorros e internações relacionadas ao álcool entre as mulheres, reforçando a urgência de desenvolver tratamentos mais adequados às suas necessidades.
Para combater esse problema, é fundamental que as mulheres busquem apoio e tratamento, sem medo do estigma. O Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA) oferece recursos para encontrar cuidados baseados em evidências.
Conclusão
As mulheres podem desenvolver transtorno por uso de álcool em qualquer fase da vida, e a procura por ajuda é essencial para prevenir complicações graves. A pesquisa em andamento no Yale está abrindo caminhos para um novo era de terapias personalizadas, destacando a importância da medicina personalizada no tratamento do vício em álcool.
“Nosso objetivo é melhorar a saúde de todos”, afirma Sherry McKee, professora de psiquiatria da Yale School of Medicine e diretora do programa. “Precisamos nos concentrar em uma perspectiva de medicina personalizada, especialmente em relação ao vício e ao álcool”.
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