O bloqueio dos receptores opioides pode restaurar o equilíbrio saudável da dopamina
Pesquisa Identifica Estratégia Promissora para Corrigir Desbalanços de Dopamina no Cérebro
Resumo
Uma nova pesquisa identificou uma estratégia promissora para corrigir desbalanços de dopamina no cérebro, utilizando um fármaco que bloqueia os receptores opioides kappa (KOR). Em modelos murinos com uma mutação rara que causa vazamento anormal de dopamina, os bloqueadores de KOR reduziram esse vazamento e restauraram o comportamento normal. Essa abordagem pode oferecer alternativas de tratamento mais seguras para condições como TDAH, transtorno bipolar e autismo, frequentemente vinculadas a alterações na sinalização da dopamina. Além disso, o tratamento não afetou animais sem a mutação, sugerindo um potencial terapêutico direcionado com menos efeitos colaterais.
Principais Fatos
- A dopamina, uma molécula derivada do aminoácido tirosina, desempenha um papel significativo na regulação de diversas funções cerebrais essenciais, incluindo movimento, humor, motivação, atenção e memória.
- A sinalização da dopamina no cérebro é um processo complexo, com vários mecanismos que aceleram ou desaceleram seus efeitos. Quando a dopamina é liberada pelas células nervosas, sua remoção eficiente ocorre por meio da atividade de proteínas especiais chamadas “transportadores”, garantindo uma ação mais curta da dopamina no cérebro.
- Alterações na sinalização da dopamina estão associadas a vários distúrbios neuropsiquiátricos, incluindo TDAH, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno do espectro autista, distúrbios de uso de substâncias e vício.
- Os tratamentos atuais para condições relacionadas à dopamina usam agentes que podem bloquear ou potencializar a sinalização da dopamina, como estimulantes usados para tratar TDAH, incluindo anfetaminas, que podem ter efeitos colaterais indesejados ou levar ao vício.
Artigo
Introdução
Pesquisadores da Florida Atlantic University (FAU) e seus colaboradores identificaram um tratamento potencialmente mais seguro e eficaz para múltiplos distúrbios que apresentam alterações na sinalização da dopamina. A “chave” para essa descoberta foi uma molécula que visa uma proteína específica chamada receptor opioide kappa (KOR).
Resultados
Os resultados do estudo revelaram que a administração de um fármaco bloqueador de longa duração de KOR em camundongos com a mutação reduziu a expressão do transportador mutante na superfície celular, prevenindo o vazamento de dopamina e corrigindo déficits comportamentais múltiplos observados nos camundongos mutantes. Além disso, o tratamento não afetou animais com transportador de dopamina normal, sugerindo um potencial terapêutico direcionado com menos efeitos colaterais.
Conclusão
Os pesquisadores acreditam que trabalhos adicionais com bloqueadores de KOR podem oferecer melhores opções de tratamento para indivíduos afetados por distúrbios cerebrais que apresentam essas alterações. Embora a mutação DAT Val559 produza alterações comportamentais dependentes do sexo, o bloqueio de KOR melhorou as alterações distintas observadas em machos e fêmeas, sugerindo que a utilidade dos bloqueadores de KOR, pelo menos em camundongos, não é limitada pelo sexo.
Referências
Esta obra foi apoiada por uma Bolsa Max Kade da Academia Austríaca de Ciências para Mayer, uma Bolsa NARSAD Young Investigator da BBRF para Stewart, e prêmios NIH para Foster, Vaughan, Daws, Blakely e Ramamoorthy e Jayanthi.
Autor
Gisele Galoustian
Fonte
FAU – https://fau.edu
Link para a Pesquisa Original
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