Exame de sangue identifica risco de depressão em adolescentes
Descoberta de Biomarcadores Sanguíneos para Depressão em Adolescentes
Resumo
Pesquisadores identificaram nove microRNAs no sangue de adolescentes diagnosticados com depressão, oferecendo um potencial biomarcador para detecção precoce. Essas moléculas, ausentes na depressão adulta, podem sinalizar processos biológicos exclusivos em adolescentes. O estudo utilizou um método minimamente invasivo envolvendo amostras de sangue seco, tornando-o prático para aplicações de triagem mais amplas. Essa descoberta pode levar a um diagnóstico mais objetivo e precoce da depressão em adolescentes, antes que os sintomas se tornem graves ou resistentes ao tratamento.
Principais Fatos
- Pesquisadores da Universidade McGill identificaram nove microRNAs elevados em adolescentes com depressão.
- Essas moléculas não foram associadas à depressão adulta, sugerindo processos biológicos exclusivos em adolescentes.
- O método utiliza amostras de sangue seco, coletadas por um simples furamento no dedo, facilitando o armazenamento e transporte.
- Os resultados podem permitir a detecção precoce da depressão, antes que os sintomas se tornem graves ou resistentes ao tratamento.
A Estudo
“É alarmante ver cada vez mais adolescentes sendo diagnosticados com depressão, e quando isso começa cedo, os efeitos podem ser duradouros e graves”, afirma Cecilia Flores, professora sênior da Faculdade de Psiquiatria da McGill e pesquisadora principal do Centro Ludmer. “Adolescentes com depressão têm mais probabilidade de lutar contra o uso de substâncias, isolamento social e experimentar sintomas que frequentemente não respondem bem ao tratamento.”
Metodologia
Os pesquisadores coletaram pequenas amostras de sangue de 62 adolescentes, sendo 34 com depressão e 28 sem o diagnóstico. As amostras foram deixadas secar e congeladas para preservar a integridade molecular ao longo do tempo. A equipe da McGill desenvolveu o método laboratorial para extrair e analisar os microRNAs dessas amostras.
Implicações
“Nossas descobertas abrem caminho para o uso de amostras de sangue seco como uma ferramenta prática em pesquisa psiquiátrica, permitindo-nos acompanhar alterações biológicas precoces ligadas à saúde mental usando um método minimamente invasivo”, disse Alice Morgunova, primeira autora do estudo e bolsista de pós-doutorado na McGill.
Próximos Passos
Os pesquisadores planejam validar suas descobertas em grupos maiores de adolescentes e estudar como esses microRNAs interagem com fatores de risco genéticos e ambientais.
Sobre o Estudo
O estudo, intitulado “Assinaturas de microRNA periféricas na depressão adolescente”, foi publicado na revista Biological Psychiatry Global Open Science. A pesquisa foi realizada em colaboração com colegas da Universidade da Califórnia, Los Angeles, e da Universidade Stanford.
Funding
O estudo foi financiado pela Fundação Douglas, Bolsa Bombardier, Instituto Nacional de Abuso de Drogas do NIH, Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, Conselho de Pesquisa em Ciências Naturais e Engenharia do Canadá, entre outros.
Contato
Para mais informações, contate Keila DePape – McGill University.
Referências
Leia o artigo completo em Peripheral microRNA signatures in adolescent depression.
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