A ocitocina potencializa as respostas altruístas por meio de circuitos cerebrais paralelos


Comportamento Pró-Social em Camundongos: Evidências de Altruísmo Instintivo

Comportamento Pró-Social em Camundongos: Evidências de Altruísmo Instintivo

Resumo

Um novo estudo revela que camundongos exibem comportamentos semelhantes a resgate instintivos em relação a congêneres anestesiados, oferecendo evidências poderosas de que a prosocialidade pode estar enraizada na biologia dos mamíferos. Os pesquisadores identificaram a ocitocina como um fator-chave, ativando dois caminhos no cérebro para coordenar respostas emocionais e motoras. Um caminho processa o estresse emocional, enquanto o outro inicia comportamentos de ajuda, como lamber e groomar. Essas descobertas desafiam a crença de que o altruísmo está limitado a espécies mais avançadas cognitivamente e abrem novas portas para o estudo da neurobiologia da empatia.

Principais Fatos

  • Fonte: Academia Chinesa de Ciências
  • Em um novo estudo, os pesquisadores descobriram que os camundongos podem exibir comportamentos instintivos de resgate em congêneres anestesiados, sem qualquer treinamento prévio ou recompensas externas.
  • O estudo, publicado na revista PNAS, oferece evidências robustas de que o comportamento pró-social pode ter uma base evolutiva conservada.
  • Liderado pela Dra. HU Li, do Instituto de Psicologia da Academia Chinesa de Ciências, e pelo Dr. CHEN Zhoufeng, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington e da Academia Shenzhen de Pesquisa e Tradução Médica, o estudo desvenda os mecanismos moleculares e neurais que impulsionam esse comportamento.
  • As descobertas sugerem que a ocitocina atua em dois caminhos paralelos no cérebro: um processa a dor emocional, enquanto o outro inicia comportamentos de ajuda, como lamber e groomar.
  • Os camundongos observadores exibiram sinais de estresse, indicados por níveis elevados de corticosterona no sangue, e engajaram-se em comportamentos que aceleraram a recuperação do congênere anestesiado e aliviaram o próprio estresse.

Artigo

Um estudo recente publicado na revista PNAS revela que os camundongos são capazes de exibir comportamentos instintivos de resgate em congêneres anestesiados. Essa descoberta fornece evidências robustas de que a prosocialidade pode estar profundamente enraizada na biologia, estendendo-se até mesmo a pequenos mamíferos como os camundongos.

Os pesquisadores, liderados pela Dra. HU Li e pelo Dr. CHEN Zhoufeng, utilizaram uma combinação de ferramentas avançadas, incluindo camundongos transgênicos, quimogenética, optogenética e fotometria de fibra, para explorar os mecanismos subjacentes a esse comportamento.

Os resultados mostraram que a ocitocina, frequentemente chamada de “hormônio pró-social”, desempenha um papel fundamental na coordenação de respostas emocionais e motoras. A ocitocina é liberada pelos neurônios do núcleo paraventricular do hipotálamo e age em dois caminhos paralelos via o receptor de ocitocina. Um caminho processa a dor emocional, enquanto o outro inicia comportamentos de ajuda, como lamber e groomar.

Essas descobertas desafiam a crença de que o altruísmo está limitado a espécies mais avançadas cognitivamente e abrem novas portas para o estudo da neurobiologia da empatia. Além disso, o estudo fornece uma nova perspectiva sobre a base biológica da conexão social e da empatia.

Conclusão

Os resultados desse estudo revelam a capacidade notável dos camundongos de engajar-se em comportamentos de ajuda direcionados e sugerem que vias subcorticais oxitocinérgicas distintas regulam seletiva e sinergicamente os aspectos motores e emocionais do comportamento de resgate. Essas descobertas têm implicações significativas para a compreensão da base neural da empatia e da conexão social, abrindo caminho para futuras pesquisas sobre a neurobiologia de interações sociais complexas.

Fonte: Academia Chinesa de Ciências

Autor: LIU Chen

Contato: LIU Chen – Academia Chinesa de Ciências

Imagem: Créditos para Neuroscience News

Léo Garcia é pesquisador com formações em Neurociência Comportamental (PUC), Clínica (Duke University) e Translacional (Harvard Medical School). Especialista em tDCS, sono e comportamento, é fundador do Neurociencianews.com, e o NeurologicBr Institute onde divulga ciência baseada em evidências com foco em cognição, saúde cerebral e neurotecnologia.

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